domingo, 29 de março de 2020

A cilada dos bruxos

As Bruxas de Macbeth, Alexandre-Marie Colin (1798-1875), col. priv
As Bruxas de Macbeth, Alexandre-Marie Colin (1798-1875), col. priv
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Mons. Balduíno, ex-reitor da Universidade de Paris, em virtude de seus conhecimentos superiores adquiriu reputação e imensa popularidade entre os grandes do clero e do Reino da França.

Mas não só isso. Suas virtudes fizeram dele o inimigo dos feiticeiros.

Nas reuniões noturnas em que esses assinavam pactos com o diabo, pediam ao príncipe das trevas meios para se livrar do sábio abade.

Tentaram vários ataques preternaturais contra ele, mas sem dúvida ele era protegido por um bom anjo, porque frustrava todos os truques perversos a tempo...

Um dia ... Mons. Balduíno teve que ir de Saint-Quentin a Dijon, na Borgonha.

Ficou claro que essa viagem foi mencionada nas reuniões nas quais Satanás comparecia ...

Nosso abade empreendeu a estrada a cavalo com seu criado Jean.

Depois de uma parada em Verberie, eles se aproximaram da floresta de Retz, que deviam atravessar.

Mas era ali que o diabo e sua tropa amaldiçoada os aguardavam ...

domingo, 15 de março de 2020

Como São Francisco domesticou as rolas selvagens

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Um jovem havia apanhado um dia muitas rolas e levava-as a vender.

Encontrando-o São Francisco, o qual sempre sentia singular piedade pelos animais mansos, olhando com os olhos piedosos aquelas rolas, disse ao jovem:

“Ó bom moço, peço-te que mas dês, para que passarinhos tão inocentes, os quais são comparados na santa Escritura às almas castas e humildes e fiéis, não caiam nas mãos de cruéis que os matem”.

De repente aquele, inspirado por Deus, deu-as todas a São Francisco; e ele recebendo-as no regaço, começou a falar-lhes docemente:

domingo, 1 de março de 2020

Os três ducados


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Era uma vez um homem como todos nós, nem melhor nem pior, um pobre pecador.

O que havia feito? Não sei. Uma falta talvez mais grave que as outras; um pecado maior que os outros, sem dúvida, quando Deus o abandonou à própria sorte.

Deus, evidentemente, não faltou; foi ele que não correspondeu.

E estava sendo conduzido à forca da cidade de Toulouse. Acompanhavam-no os juízes e o carrasco, em meio a uma multidão atraída por curiosidade, para ver o que aconteceria.

Ora, exatamente nesse dia, passava por Toulouse o rei René com sua esposa, a formosa rainha Aude, que ele acabara de desposar na pátria vizinha.

Passando em frente à forca, a rainha viu o condenado já empoleirado no banco, com a cabeça enlaçada pela corda. Não pôde conter um grito, e escondeu o rosto entre as mãos.

O rei deteve a todos, e fez sinal ao carrasco para que parasse. E voltando-se para os cônsules, disse:

— Senhores magistrados, a rainha vos pede, como sinal de boas vindas, que seja de vosso agrado conceder a esse homem o perdão.