domingo, 24 de abril de 2022

Os pombos da Praça do Mercado

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A Praça do Mercado é o coração palpitante de atividade de Cracóvia.

Sua história é milenar e transcorre aos pés da grande igreja de Nossa Senhora.

Entre igrejas, palácios, casas burguesas, lojas populares e carruagens puxadas por cavalos, voam pombas em quantidades notáveis.

De onde vieram? Como chegaram até lá? Por que ficam nessa praça? Aguardam alguma coisa?

Os habitantes de Cracóvia os amam especialmente. Por quê?

No fim do século XIII, o príncipe Henrique IV, o Probo, estava instalado no trono de Cracóvia.

Porém, ele não era rei, uma vez que a Polônia estava dividida em vários principados autônomos sem um monarca que os reunisse.

domingo, 17 de abril de 2022

O violinista pobre de Cracóvia

A igreja de São Salvador, em Cracóvia, Polônia.
A igreja de São Salvador, em Cracóvia, Polônia.

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A igreja de São Salvador, no bairro de Zwierzyniec de Cracóvia, existe há 900 anos.

Ela teria sido construída pelo príncipe soberano Piotr Wlast, fundador legendário de 77 igrejas.

O arcebispo de Cracóvia lhe havia predito que ele recuperaria a visão, caso fundasse sete igrejas e três conventos.

Cheio de presunção, o soberano decidiu construir 70 igrejas e 30 conventos, dez vezes mais do que pediu o arcebispo. Porém, não recuperou a vista.

Ele recapitulou o que tinha feito e compreendeu seu pecado de orgulho.

E começou então a construir as sete igrejas e três mosteiros ordenados, entre os quais a igreja de São Salvador, fundada por volta do ano 1148.

domingo, 10 de abril de 2022

De muitas formas Santa Maria nos protege do mal

div style="text-align: center;">

Nossa Senhora com o Menino Jesus
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



Cantiga 258 do rei de Castela Alfonso X, o Sábio. Cantigas de Santa María

Esta história conta como Santa Maria fez crescer a massa que uma boa mulher preparou para fazer pão.

“Aquela que viu como seu Filho saciava cinco mil homens com cinco pães pode multiplicar o que quiser”.

Por essa mesma razão vou contar-vos um milagre que fez Santa Maria em Provence, assim como eu o encontrei escrito entre muitos outros assim vo-lo contarei, pois sei que vos satisfará grandemente se o escutardes.

Naquela terra, segundo ouvi, houve um ano de muita escassez. Uma mulher muito boa que amava a Virgem Santa Maria mais do que a si mesma e, pelo que sei, dava por amor a Ela muitas esmolas a quem pedia de boa vontade e, segundo suas possibilidades, aos pobres a comida que tinha.

Por causa disso mandava vir muita farinha para poder assar mais tarde pão até fartá-los. Mas, naquele mau ano, consumiu logo todo o pão, inclusive aqueles que assou por conta da colheita, e quando tudo tinha esgotado acudiram até ela pobres muito famintos para pedir-lhe esmola como de costume.

Nesse momento ela estava amassando pão, e sem titubear deu-lhes toda a massa que havia preparado, sem ficar com nada para si.

Entrementes um dos filhos, a quem ela pedira para aquecer bem o forno, disse à sua mãe que podia levar os pães, pois o mesmo estava bem quente.

Envergonhada, ela confessou ao filho: “Por Deus, toda a massa que eu tinha dei para os pobres por amor da Santa Virgem, que é a luz destes meus olhos, para que obtenha que Deus perdoe meus pecados.”

Ouvindo isto, o filho queixou-se abertamente. Muito atrapalhada, a mãe voltou correndo para onde estava a massa que havia doado e verificou que a mesma não tinha sido usada nem estava estragada em nada.
Fez o sinal da Cruz, e vós vereis o que ela deliberou na hora: saiu pela rua chorando e louvando a gloriosa Mãe de Jesus Cristo pelo seu generoso e grande milagre, fazendo chorar a todos.

E assim pranteando, louvaram então a Mãe do Salvador pelo belo prodígio que tinha operado por amor daquela mulher que A servia e, junto com grandes louvores, depositaram ricas oferendas sobre seu altar.



Vídeo: De muitas formas Santa Maria nos protege do mal -- CLIQUE NA FOTO




CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CIDADE SIMBOLOS
AS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

domingo, 3 de abril de 2022

O anel de Santa Cunegunda

Santa Cunegunda, capela de Nossa Senhora, Budapest, Hungria
Santa Cunegunda, capela de Nossa Senhora, Budapest, Hungria
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O príncipe Boleslau V o Casto procurava uma esposa em algum país vizinho.

Tinha que ser uma princesa e o casamento se decidia na base de cálculos políticos.

Foi assim que ele decidiu casar-se com a princesa Kinga, ou Cunegunda (1224-1292), filha do rei da Hungria.

Ela era a filha bem-amada do rei Bela IV e de Santa Isabel da Hungria, e irmã de Santa Margarida da Hungria.

A bela princesa húngara deu sua mão ao príncipe polonês.

Ela tinha um espírito fino e esclarecido, e pediu a seu pai um dote fora do comum. Contudo não pediu ouro nem dinheiro, nem belos panos, mas um presente que contribuiria muito para a prosperidade de sua nova pátria.

Naquela época o sal era um elemento raríssimo e o rei Bela ofereceu à filha uma das minas de sal que faziam a riqueza da Hungria.

Porém, a mina ficava muito longe da Polônia e a princesa percebia que seria difícil tirar proveito dela.

Ela foi, então, visitar a mina e decidiu levá-la consigo até sua futura pátria.

Para isso, arrancou inesperadamente um anel precioso de sua mão e jogou-o no poço mais fundo da mina, invocando São Francisco e Santa Clara de Assis.

Pouco tempo depois Cunegunda partiu para a Polônia escoltada por cavaleiros poloneses e húngaros.

Os primeiros meses que ela passou no castelo real de Cracóvia lhe fizeram descobrir e experimentar sua nova vida e seus novos servidores pobres e sacrificados.

Santa Cunegunda na mina de sal de Wieliczka
Santa Cunegunda na mina de sal de Wieliczka
Quanto mais passava o tempo, mais ela compreendia que era preciso fazer algo para a felicidade de seus vassalos.

Certo dia, ela pediu a seu esposo licença para procurar um lugar onde cavar para tirar o sal.

No dia seguinte, um grande cortejo acompanhou o casal real, que deixou a cidade e se deteve pela noite na pequena aldeia de Wieliczka, perto de uma floresta.

Cunegunda decidiu intuitivamente que não era necessário ir muito mais longe. Era ali que era preciso escavar. Os trabalhos começaram pela manhã.

Não se sabe ao certo quanto demoraram até acharem os primeiros blocos de sal. O fato é que a jovem rainha acompanhava os trabalhos de perto.

Ela até entrou no poço e acabou saindo alegremente com as primeiras pedras de sal.

Um dia, a soberana percebeu que entre os blocos de sal havia uma coisa que brilhava.

Cunegunda se inclinou, afastou a poeira e recuperou o anel que tinha jogado na mina de Hungria invocando seus padroeiros franciscanos.

Capela de Santa Cunegunda na mina de sal de Wieliczka
Capela de Santa Cunegunda na mina de sal de Wieliczka
Era bem o mesmo, o anel oferecido outrora por seu pai em sua terra natal.

Então ela ficou bem segura. Havia escolhido o local certo para tirar o sal.

Desde então o sal da mina de Wieliczka trouxe muita riqueza para Cracóvia e para a Polônia inteira.

Mas Cunegunda não deixava de procurar meios para tornar seu povo sempre mais próspero.

Ocupava-se cuidadosamente dos vassalos e fazia muita caridade.

Após a morte do rei seu marido, Cunegunda se retirou para um mosteiro fundado por ela mesma em Nowy Sacz e adotou o hábito de religiosa.

Lá ela dorme o sono da bem-aventurança eterna.

Muitos anos depois foi canonizada. E Santa Cunegunda é hoje uma das padroeiras da Polônia e da Lituânia.

(Fonte: “Légendes de Cracovie”, Wydawnictwo Wam, Cracóvia, 1972, p. 32 a 35)



CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CIDADE SIMBOLOS
AS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS