domingo, 25 de julho de 2021

O sobrenatural e o maravilhoso no medieval

Ruínas da abadia de Beauport, Normandia, França
Ruínas da abadia de Beauport, Normandia, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Junto ao mar, numa península com forma de cruz, um santo eremita construiu um mosteiro, nos tempos que a Gália ainda não era a França.

Mas o mosteiro foi derrubado. Algum tempo depois, um outro veio e construiu outro mosteiro.

E esse mosteiro foi derrubado, se minha memória não me trai, por ocasião da Revolução Francesa.

Se no Reino de Maria se mandar construir um mosteiro em louvor a Nossa Senhora nessa península, com sentido reparador, etc., vai ser muito bonito.

Há um certo lugar na França onde se tornou lendária a presença de um homem que teria vivido lá pela alta Idade Média, conhecido como “o louco da floresta”.

Esse homem era doido, e ele apenas sabia dizer "Ave Maria!". 

Com todas as pessoas que ele encontrava ele só dizia "Ave Maria!"

domingo, 18 de julho de 2021

São Vicente, o vinho e o gelo

Os monges cistercienses criaram o vinhedo famoso da Borgonha
Os monges cistercienses criaram o vinhedo famoso da Borgonha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Na Idade Média, os monges cistercienses exploravam a quase totalidade do célebre vinhedo da Borgonha.

E isso com toda justiça, pois foram eles que desbravaram suas terras e plantaram as vinhas.

Pesados comboios saíam regularmente das vinícolas e adegas da região para irem prover as abadias das cidades.

Numa jornada muito fria de dezembro, num desses comboios seguia para Dijon.

Dois monges bem agasalhados conduziam as charretes, que a todo o momento escorregavam sobre o gelo.

O destinatário da carga era o abade de São Benigno.

No frio iam os dois monges vinhateiros, sonhando com a acolhida calorosa que lhes reservariam seus irmãos de Dijon.

Antes de partir, os dois não haviam se esquecido de colocar a viagem sob a proteção de São Vicente, padroeiro dos vinicultores, e de Nossa Senhora do Bom Caminho.

domingo, 4 de julho de 2021

O príncipe muçulmano convertido e o diabo impotente

Iguzquiza

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Nos dias de Garcia o Temerário, Rei de Navarra, aconteceu que Abderramán entrou em Navarra com seu exército, chegando até a terra de Estela.

Quando o monarca soube que o Rei de Córdoba viera ao seu reino com tão grande exército, pediu socorro a seu irmão, o Rei das Astúrias.

Abderramán ficou na vila de Logroño com o grosso de seu exército e enviou a Navarra um príncipe mouro, muito poderoso.

Este príncipe era secretamente devoto de Nossa Senhora, e tinha por costume rezar a Ave Maria.

Aconteceu que o demônio teve grande ira por ver isto, e fazendo-se homem, pôs-se a serviço do príncipe como mordomo, durante 14 anos.

Chegando o nobre senhor mouro às terras de Estela, a um lugar que hoje chama-se Igusquiza, andava, uma manhã, o cavaleiro passeando por um corredor, rezando a Ave Maria e tendo diante de si o mordomo, quando subitamente veio voando um astor (velaz, no dialeto vasconço), trazendo no bico a saudação de Nossa Senhora, escrita com letras divinas. Pousou o pássaro na mão do príncipe.

Inflamado pelo calor do Espírito Santo, e encomendando-se a Maria, viu logo entrar pela porta o Apóstolo Santo André, enviado por Deus para o converter.