domingo, 27 de outubro de 2019

A contagem dos pães

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Dois homens que viajavam juntos sentaram-se à beira da estrada, para comer. Um tinha cinco pães, e o outro três. Quando colocaram diante de si a comida, passou por ali um homem e os cumprimentou. Eles o convidaram:

— Senta-te para comer conosco.

Ele se sentou e comeu com eles, consumindo-se durante a refeição os oito pães. O homem então se levantou e lhes deu oito moedas de prata, dizendo:

— Recebam este pagamento pela comida que me deram.

E continuou seu caminho.

Os dois companheiros discutiram sobre o modo de dividir entre si as moedas. O dono dos cinco pães dizia:

— Para mim são cinco moedas, e para ti três, pois isto corresponde ao número de pães que cada um de nós tinha.

— Só me conformarei com a divisão das moedas em partes iguais, pois ele recompensou a nossa hospitalidade, que tem o mesmo valor.

Não conseguiram chegar a um acordo. Por isso levaram sua pendência ao Emir Ali ben Ali-Talib, a quem expuseram o ocorrido. O Emir disse então ao dono dos três pães:

domingo, 13 de outubro de 2019

A flauta do monge inocente

Igreja de Dégagnazès
Igreja de Dégagnazès
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Sabeis por que todos os anos multidões de peregrinos vão rezar em Dégagnazès? É que antigamente ocorreram lá as grandes coisas que eu vos contarei.

No bosque, no local em que os mercadores montam suas barracas no dia de peregrinação, havia um convento com trinta monges vestidos todos de branco.

Na realidade eram trinta e um, mas eu disse trinta, como todo mundo, porque o trigésimo primeiro não contava.

Era um mongezinho não maior que uma criança, todo corcunda e um tanto coxo, conhecido como ‘o inocente’, por causa da sua simplicidade.