Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Carlos Magno, numa de suas frequentes viagens, viu o abade de S. Gall preguiçosamente reclinado sobre almofadas à porta da abadia.
Carlos gostava de homens enérgicos e ativos, e o abade era indolente.
Além disso, o Imperador tinha mais de um motivo de queixa contra ele.
— Bom dia, Sr. Abade. Ainda bem que o encontro. Tenho a submeter à sua esclarecida razão três perguntas, às quais terá a bondade de me responder em sessão solene de nosso conselho imperial daqui a três meses, contados dia-a-dia.
Primeiro de tudo, desejo saber o meu valor em dinheiro.
Em segundo lugar, quanto tempo levaria para dar a volta ao mundo.
Em terceiro lugar, que estarei eu pensando no momento em que V. Revma. vier à minha presença, pensamento que deve ser um erro.
Trate de arranjar resposta satisfatória a tudo, do contrário deixará de ser abade de S. Gall, e terá de abandonar a abadia, montado num burro com a cara voltada para o rabo, se não o responder.