Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Conta-nos uma lenda de antanho que, a um homem que deveria fazer grande jornada, deram a carregar pesada cruz, dizendo-lhe que ela o levaria à salvação.
Tendo feito pequena parte do trajeto, vencido e desanimado pelo cansaço, deliberou ele cortar um pedaço da longa haste de sua carga.
Mais aliviado, pôs-se de novo a caminho, e jornadeou até o ponto em que a estrada subia por uma encosta longa e pedregosa.
Ali sentiu mais o peso da cruz.
Doíam-lhe os ombros, tinha as pernas trôpegas, arfava e suava.
Na irreflexão da impaciência, pôs o seu fardo no chão, e outra vez o mutilou.
Partiu. Alcançou o sopé do outeiro, e se viu às margens de um rio sem ponte.
Só então observou que outros viajantes ali chegados levavam também pesadas cruzes de longas hastes.
Mas estes, mais resistentes e tolerantes, conservaram suas cruzes intactas.
Estenderam as cruzes de margem a margem, e fazendo-as de pontilhões, atingiram o lado oposto, e lá se foram.
O que encurtara a haste de sua cruz viu, desde logo, que ela não lhe poderia prestar o mesmo auxílio.
Tentando meter-se pelo rio a dentro, desapareceu, levado pelos redemoinhos da correnteza.
É límpida a lição da fábula.
Todos os que vivemos a cortar, com golpes arbitrários, em nossos deveres e obrigações para com Deus, podemos levar, por algum tempo, vida mundanamente fácil, mas sempre enganosa.
O dia chegará em que seremos vítimas das mutilações feitas na haste da nossa cruz.
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A fábula é muito aplicável a realidade da vida de todos os que precisam levar a sua cruz inteira, até o fim.
ResponderExcluirEssa Fábula é um pouco semelhante a uma história verídica que aconteceu com uma mulher conhecida da minha família. Ela tinha feito uma promessa a São Francisco, logo depois que quebrou um braço, combinando que se ficasse boa e sem nenhum defeito no membro quebrado, iria e viria de sua residencia à cidade de Canindé, no Ceará, a pé. Ela ficou boa como queria e no ato de pagar a penitência já quase completo o trajeto de volta, a menos de um quilômetro de casa, ofereceram-lhe uma carona em uma caminhoneta. Por está muito próximo de cumprir o prometido pro Santo de sua devoção, ela achou que tava tudo bem; só que quando o carro foi parar pra ela descer, a porta se abriu de repente e ela caiu pra fora do carro, quebrando o braço novamente. Portanto, se você pede algo prometendo um sacrifício, é bom cumprir ao pé da letra!
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