Beato Jacques de Voragine pregando. Legenda duorada BNF Fr244 f1 |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Numa praça pública de alguma cidade italiana, em 1267, um frade mendicante faz seu sermão contando:
Um homem havia tomado emprestado de um judeu certa soma de dinheiro e na falta de outra garantia jurara sobre o altar de São Nicolau que a devolve¬ria assim que pudesse.
Muito tempo depois o judeu reclamou o dinheiro, mas o devedor alegou que já havia pago a dívida.
O judeu levou-o a juízo e exigiu que afirmasse sob juramento que havia devolvido o dinheiro.
Como se precisasse de apoio para andar, o homem ali compareceu com uma bengala, que era oca e que ele havia enchido de moedas de ouro.
Quando foi prestar juramento, pediu que o judeu a segurasse e jurou ter restituído mais do que havia recebido.
Após o juramento, reclamou a bengala de volta e o judeu, que não suspeitava da artimanha, devolveu-a.
No caminho de volta para casa, o culpado sentiu um sono repentino e adormeceu num cruzamento.
Então uma carroça que vinha em velocidade matou-o, quebrou a bengala, e o ouro que a enchia espalhou-se pelo chão.
Avisado, o judeu acorreu ao local e entendeu a artimanha de que havia sido vítima.
Tendo alguém sugerido que pegasse seu ouro, recusou taxativamente, a não ser que o morto voltasse à vida pelos méritos do bem-aventurado Nicolau.
E acrescentou que se tal acontecesse ele receberia o batismo e se tornaria cristão.
Incontinenti, o morto ressusci¬tou e o judeu foi batizado em nome de Cristo.
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