domingo, 20 de março de 2022

Frei Conrado livra o jovem frade do purgatório

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Frei Conrado de Offida, admirável zelador da pobreza evangélica e da Regra de São Francisco, foi de tão religiosa vida e de tanto mérito para com Deus, que Cristo bendito em vida e na morte o honrou com muitos milagres.

Entre os quais uma vez tendo ido como forasteiro ao convento de Offida, os frades pediram-lhe pelo amor de Deus e da caridade que admoestasse um frade jovem que havia naquele convento.

Esse jovem procedia tão infantilmente e desordenadamente que perturbava os velhos e os jovens daquela família.

E do oficio divino e das outras regulares observâncias pouco ou nada se importava.

Pelo que Frei Conrado, por compaixão daquele jovem e pelos pedidos dos frades, chamou à parte o dito jovem.

E com fervor de caridade lhe disse tão eficazes e devotas palavras de admoestação, que com a operação da divina graça ele subitamente se mudou de moço em velho de costumes.

Ficou tão obediente e benigno e solicito e devoto, e ainda tão pacífico e serviçal, e tão cuidadoso para com todas as coisas de virtude, que, como primeiramente toda a família vivia perturbada por ele, assim depois todos estavam contentes e consolados e grandemente o amavam.

Adveio, como aprouve a Deus, que poucos dias depois desta conversão o dito jovem morreu; do que os ditos frades muito se lamentaram.

Poucos dias depois da morte sua alma apareceu a Frei Conrado, estando ele devotamente em oração, diante do altar do dito convento, e o saudou devotamente como a seu pai.

Frei Conrado lhe perguntou:

– “Quem és?”

Respondeu:

– “Eu sou a alma daquele frade jovem que morreu há dias”.

E Frei Conrado:

– “Ó filho caríssimo, que é feito de ti?”

Respondeu ele:

–“Pela graça de Deus e pela vossa doutrina vou bem, porque não estou danado: mas por certos pecados meus, os quais não tive tempo de purgar suficientemente, suporto grandíssimas penas no purgatório: mas te peço, pai, que, como por tua piedade me socorreste quando eu era vivo, assim agora queiras socorrer-me nas minhas penas, dizendo por mim algum pai-nosso, porque a tua oração é muito aceita de Deus”.

Então Frei Conrado, consentindo benignamente no pedido e dizendo por ele uma vez o pai-nosso com requiem aeternam, disse aquela alma:

–“Ó pai caríssimo, quanto bem e quanto refrigério eu sinto! Peço-te que o digas uma outra vez”.

E Frei Conrado disse e, dito que foi, disse a alma:

Nossa Senhora do Carmo resgata almas do Purgatório. Catedral de São Sebastião, Espanha.
–“Santo pai, quando tu rezas por mim, sinto-me todo aliviado; pelo que te peço que não cesses de rezar por mim”.

Então Frei Conrado, vendo que aquela alma era tão ajudada pelas suas orações, disse por ela cem pai-nossos e tendo terminado, disse aquela alma:

–“Agradeço-te, pai caríssimo, da parte de Deus pela caridade que tiveste comigo; porque pelas tuas orações estou livre de todas as penas e me vou ao reino celestial”.

E dito isto partiu aquela alma.

Então Frei Conrado, para dar alegria e conforto aos frades, lhes contou por ordem toda aquela visão.

Em louvor de Cristo bendito. Amém.


A existência do Purgatório e as imensas dores das almas que – embora aprovadas no Juízo de Deus – ali vão para purgar faltas cometidas nesta vida, é uma terrível realidade.

Não é apenas algo de que se fala solo nos contos piedosos.

As almas no Purgatório, com permissão divina, podem aparecer aos vivos para pedir orações e assim saírem mais cedo de aquele local de penitência e dores amarguíssimas.

Sinal deixada por uma alma em fogo.
Museu do Purgatório, Roma
Em Roma, há uma igreja consagrada inteiramente a rezar por elas. E os fiéis devem fazê-lo especialmente no Dia de Defuntos.

Em Roma, há um Museu das Almas do Purgatório onde se podem ver marcas de fogo e outros sinais deixados por essas almas.

CLIQUE AQUI e veja mais sobre essa igreja romana e sobre o museu, e o que conta o pároco sobre a impressionante realidade do Purgatório.



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Um comentário:

  1. Francisco Diassis Alves Ferreira29 de outubro de 2013 às 09:08

    Muito obrigado pelo envio de mais um importante conteúdo de aprendizado.

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