domingo, 5 de novembro de 2023

Rico sem trabalhar

O tesouro do castelo de Hohenstein
O tesouro do castelo de Hohenstein
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Ainda sobram umas ruínas do castelo de Hohenstein, na Alemanha.

Elas não dão ideia da grandeza daquela cidadela medieval, e da riqueza de seu senhor.

Mas, em volta dela, corre ma lenda. Ela conta que:

“Há já muito tempo, naquela densa floresta, um lenhador trabalhava duramente perto da cidadela.

“O lenhador, entretanto, acariciava um sonho. Ele até falava em alta voz, quando ninguém o ouvia:

‒ “Que tal ficar rico sem trabalhar? Uma sorte, um inesperado, e a gente acha um tesouro. Ah! Nunca mais trabalhar... que bom!

“O diabo que andava por ali perto pegou a coisa no ar e aprontou uma das dele.

“Quando os últimos raios de sol desapareceram por trás da colina, o lenhador parou seu serviço e pegou o caminho de volta.

“O demônio tinha ali montado uma arapuca.

“Como de pura sorte o lenhador julgou perceber entre as ruínas do castelo uma curiosa pilha de materiais transparentes e desconhecidos.

“Pareciam com asas de besouros, insetos que havia em grande quantidade naquele bosque.

“Ele achou estranho, mas ele estava certo que ninguém acreditaria se contava ter achado isso.

Ruínas do castelo de Hohenstein
Ruínas do castelo de Hohenstein
“De fato, os besouros não se reúnem nesse número para morrerem juntos.

“Ele, então coletou a mancheia essa estranha matéria e a colocou delicadamente na sua bolsa.

“Mas, eis que se afastando das ruínas, a matéria começou a pesar cada vez mais.

“Sem dúvida, a fadiga de uma jornada particularmente difícil e longa fazia sentir seus efeitos.

“Ele já não conseguia caminhar mais com aquele peso todo. Não podia mais!

“Se livrar desse peso tornou-se sua maior preocupação.

“Perto do fosso da antiga muralha, ele jogou todo o conteúdo de sua bolsa.

“Nessa hora, em lugar de asas de besouro caíram belas moedas de oro que sumiram entre as pedras e as fendas do fosso.

“Os olhos do lenhador abriram-se enormes, ele estava fascinado pela descoberta!

“Ouro! Rico... riquíssimo... sem trabalhar... por um simples acaso... um mero achado...!

“Ele tentou tudo o que podia para recuperar as moedas, remexeu a terra, levantou as pedras, arrancou o capim...

Ruínas do castelo de Hohenstein
“Mas tudo foi em vão! As moedas se escondiam entre as ruínas do castelo.

“Ele então lembrou aquela pilha esquisita ao lado do caminho e voltou.

“Ele ficaria rico... para sempre... moedas de ouro.... muitas moedas... muito ouro...

“Ele voltou a procurar as asas de besouro. Mas, ... não ficava nada.

“Tudo havia desaparecido.

“Ele não quis acreditar.

“O sonho dele era mais forte do que tudo.

“Começou a procurar, procurar, procurar...

“Desde aquele dia, quando a noite começa a descer perto das ruínas fantasmais do castelo, os passeantes perdidos contam que uma figura estranha remexe o fosso da velha praça forte.

“Eles não sabem, mas é o lenhador que sonhava de olhos abertos em ficar rico sem trabalhar e que há séculos escava as ruínas à procura de seu cobiçado tesouro.”





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