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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No campo de Aliscans, o exército cristão, comandado por Guilherme d’Orange – Guilherme do Nariz Curvo – tinha sido derrotado pelos sarracenos.
Podiam-se contar apenas quatorze sobreviventes.
Próximo a uma fonte, em um prado, jazia um jovem, quase menino.
Apesar disto era um guerreiro que nunca havia recuado.
Tratava-se de Vivien, sobrinho de Guilherme, a quem ele amava como a um filho.
Percorrendo o campo de batalha ele reconhece Vivien e o crê morto, mas este faz um leve movimento.
Docemente o nobre duque se inclina e lhe murmura ao ouvido:
“Tu não gostarias de comungar Nosso Senhor Eucarístico?”, e Guilherme lhe mostrou uma Hóstia consagrada.
“Porém – continuou – é preciso que faças tua confissão”.
– “Eu quero muito, responde uma voz fraca, mas apressai-vos; eu vou morrer.
“Tenho fome deste pão, eis minha confissão.
“Não me recordo de uma só falta a não ser esta: eu tinha feito o voto de jamais recuar um passo diante dos pagãos, e tenho muito medo de haver hoje faltado com a promessa feita ao bom Deus”.
Guilherme do Nariz Curvo tira a Hóstia de uma teca que trazia ao peito e a aproxima dos lábios entre-abertos de Vivien, cujos olhos se iluminam.
A morte lhe desceu ao coração, quando acabou de fazer sua primeira comunhão.
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