O anjo e o cálice do ermitão |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Enquanto um peregrino perfazia sua longa romaria aconteceu de se aproximar um homem jovem, pobremente vestido, que lhe pediu licença para prosseguir na sua companhia.
No transcurso da viagem o peregrino ficou admirado vendo seu novo companheiro se afastar dos locais onde costumeiramente a juventude procura prazeres, como bailes e cabarés.
Em revanche, quando o novel viajante descobria um cadáver abandonado na floresta, se dava todos os cuidados para enterrá-lo.
Certa feita, no fim da jornada, foram surpresos pela noite precisamente numa floresta. Só conseguiram perceber uma pequena ermida.
Nela imploraram a hospitalidade de um santo homem que lhes ofereceu seu pão e seu leito.
Na manhã do dia seguinte, após apresentarem seus agradecimentos e se terem despedido, os caminhantes retomaram a estrada.
Mas, eis que o peregrino percebeu na sacola do jovem um belo cálice dourado que o ermitão usou para dizer a Missa.
– Como é possível que tu tenhas ousado roubar um homem que se mostrou tão bom conosco?, reprochou-o.
O jovem respondeu:
– Ele estava excessivamente apegado a esse objeto e era a única coisa que o separava de Deus. Eu vim para levá-lo.
E dizendo isso, seu rosto começou a brilhar como um sol, seus cabelos foram ficando mais belos que o arco-íris, suas roupas se assemelharam a um manto de estrelas.
Então estendeu umas assas refulgentes de luz e levantou voo para o Céu.
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