domingo, 10 de novembro de 2019

Um ardil de Filipe Augusto

O rei Filipe Augusto recebe as chaves de Acre. Grandes Chroniques de France, Biblioteca Nacional da França, Manuscritos 2813
O rei Filipe Augusto recebe as chaves de Acre.
Grandes Chroniques de France, Biblioteca Nacional da França, Manuscritos 2813
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Um bailio de Filipe Augusto, Rei de França, cobiçava a terra deixada por um cavaleiro morto.

Uma noite, em presença de dois carregadores que ele tinha pago, fez com que o morto fosse desenterrado, perguntou se queria vender sua terra e propôs-lhe um preço.

Naturalmente, o defunto nem se mexeu.

Quem cala, consente. Em seguida, algumas moedas foram postas em suas mãos, e o defunto recolocado em seu caixão.

Com grande espanto, a viúva viu seus domínios usurpados e se dirigiu ao rei.

Convocado, o bailio compareceu ladeado por suas duas testemunhas, que atestavam a realidade da venda.

Filipe Augusto percebeu que era trapaça. Levou para um canto um dos carregadores e lhe disse em voz baixa:

— Recita-me no ouvido o Pai-nosso.

Concluída a oração, o rei exclamou em alta voz:

— Muito bem!

O segundo carregador foi também convocado.

O bailio, então, ficou convencido de que seus companheiros denunciaram a tramóia, apressou-se a dizer o que sabia.

O bailio foi condenado.




(Funck-Brentano, “Ce qu’était un Roi de France")

 

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