São Luís IX, rei da França |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Indo São Luís, rei de França, em peregrinação visitar os santuários pelo mundo, e ouvindo a fama grandíssima da santidade de Frei Egídio, o qual fora dos primeiros companheiros de São Francisco, pôs no coração e determinou por tudo visitá-lo pessoalmente.
Pela qual coisa veio a Perusa, onde habitava então o dito Frei Egídio.
E chegando à porta do convento dos frades, como um pobre peregrino desconhecido com poucos companheiros, chamou com grande insistência por Frei Egídio, nada dizendo ao porteiro sobre quem fosse aquele que o chamava.
Foi, pois, o porteiro a Frei Egídio e disse-lhe que à porta havia um peregrino que o procurava: e por Deus lhe foi revelado em espírito que aquele era o rei de França.
Pelo que subitamente ele com grande fervor sai da cela e corre à porta e sem mais pergunta, ou sem que jamais tivessem estado juntos, com grandíssima devoção ajoelhando-se abraçaram-se e beijaram-se com tanta familiaridade como se há longo tempo tivessem tido grande amizade.
São Luís IX indo para a Cruzada |
E ficando como ficaram por grande espaço de tempo por esta forma, sem dizer palavra, partiram-se um do outro; e São Luís continuou sua viagem e Frei Egídio voltou à sua cela.
Partindo o rei, um frade perguntou a algum dos seus companheiros quem era aquele que se tinha abraçado tanto com Frei Egídio; e ele respondeu que era Luís, rei de França, o qual tinha vindo para ver Frei Egídio.
O que dizendo este frade aos outros irmãos, houveram eles grande melancolia porque Frei Egídio não lhe tinha dito palavra; e lamentando-se lhe disseram:
“Ó Frei Egídio, por que foste tão vilão; que a um tão grande rei, o qual veio de França para ver-te e para ouvir alguma boa palavra, não disseste nada?”
Respondeu Frei Egídio:
São Luis dando jantar para os pobres
“Caríssimos irmãos, não vos maravilheis por isto; porque nem ele a mim nem eu a ele podia dirigir palavra, pois logo que nos abraçamos a luz da divina sapiência revelou e manifestou a mim o coração dele e a ele o meu.
“E assim por operação divina olhando nos corações, o que eu queria dizer-lhe e ele a mim muito melhor ficamos conhecendo, do que se o tivéssemos falado com a boca, e com maior consolação, e se nos quiséssemos explicar com a voz o que sentíamos no coração, pelo defeito da língua, a qual não pode claramente exprimir os mistérios secretos de Deus, ternos- ia sido antes desconsolo do que consolação.
“E portanto tende como certo que de mim se partiu o rei admiravelmente consolado".
Em louvor de Cristo. Amém.
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Linda história! Quantas vidas santas e belas temos na história da Igreja!
ResponderExcluirblog cristaocomprometido.blogspot.com/
Viva a história!
ResponderExcluirwww.artigosdehistoria.blogspot.com
Bendito seja Deus que prescruta os corações.
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