Ordem Terceira de São Francisco, São Paulo, altar mor. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No tempo em que moravam juntos na custódia de Ancona, no convento de Forano, Frei Conrado e Frei Pedro os quais eram duas luzentes estrelas na província da Marca e dois homens celestiais.
Entre os dois havia tanto amor e tanta caridade, que parecia terem ambos o mesmo coração e uma mesma alma.
E se ligaram por este pacto: que qualquer consolação que a misericórdia de Deus lhes desse, deviam revelar um ao outro por caridade.
Firmado entre ambos este pacto, sucedeu que um dia estava Frei Pedro em oração e pensando devotamente na paixão de Cristo.
E como a Beatíssima Mãe de Cristo e São João, diletíssimo discípulo, e São Francisco estivessem pintados ao pé da cruz, pela dor mental crucificados com Cristo, teve ele o desejo de saber qual dos três tinha sofrido dor maior com a paixão de Cristo.
Se a mãe, que o tinha gerado, ou o discípulo, o qual havia dormido sobre o peito, ou São Francisco, que com ele estava crucificado.
E permanecendo nesse devoto pensamento, aparece-lhe a Virgem Maria com São João Evangelista e com São Francisco, vestidos de nobilíssimas vestes de glória bem-aventurada; mas São Francisco parecia vestido de vestes mais belas do que S. João.
E estando Frei Pedro todo espantado com esta visão, S. João o confortou e disse-lhe:
“Não temas, caríssimo irmão, pois vimos consolar-te e esclarecer a tua dúvida. Sabe, pois, que a mãe de Cristo e eu sobre todas as criaturas sofremos com a paixão de Cristo; mas depois de nós S. Francisco teve dor maior do que outro qualquer; e por isso tu o vês com tanta glória”.
E Frei Pedro perguntou-lhe:
Glória de São Francisco, basílica inferior de Assisi |
Respondeu S. João: “A razão é esta; porque, quando ele estava no mundo, trouxe consigo vestes mais vis do que eu”.
E ditas estas palavras, São João deu a Frei Pedro uma veste gloriosa, a qual nas mãos trazia, e disse:
“Toma esta veste a qual trouxe para te dar”.
E querendo São João vesti-lo com aquela veste, Frei Pedro estupefato caiu no chão e começou a gritar:
“Frei Conrado, Frei Conrado caríssimo, socorre-me depressa; vem ver coisas maravilhosas”.
E com estas palavras aquela santa visão desapareceu.
Depois, vindo Frei Conrado, ele lhe contou ordenadamente todas as coisas e agradeceram a Deus.
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