domingo, 12 de setembro de 2021

A ponte de Ledea

Puente de Burgui, Navarra
Puente de Burgui, Navarra
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O rei mouro Abderramam tinha que passar pela Navarra, de regresso da França.

O rei Dom Sancho ao saber disso, enviou mensageiros aos vales de Roncal, Salazar e Aezoa, com ordem de que reunissem todos os homens disponíveis e lutassem contra os mouros.

Os roncaleses e os de Salazar dispuseram-se a cumprir a ordem do monarca.

Ao toque de sinos dos povoados, os homens deixaram suas ocupações e tomando as armas que podiam dispor, foram atacar Abderramam.

Mas os aezoanos disseram que eles não eram homens de guerra, e que sua obrigação consistia em cultivar e guardar as terras.

Mas, se Abderramam aparecesse por aí, o receberiam com fogo.

Representação da batalha da ponte de Ledea, ou de Olast. Prefeitura de Urzainqui (Navarra)
Representação da batalha da ponte de Ledea, ou de Olast. Prefeitura de Urzainqui (Navarra)
Assim foram os de Roncal e os de Salazar, que se dirigiram ao encontro da hoste moura. Iam cheios de fúria.

Decididos a vencer os inimigos da Fé.

E na ponte de Ledea deu-se a batalha.

Mesmo sendo os mouros muito numerosos, os navarros os derrotaram.

Os de Salazar mataram a Abderramam, cortando-lhe a cabeça.

Quão orgulhosos estavam de seu sangrento troféu!

Pensavam em apresentar este ao próprio rei Sancho, que sem dúvida recompensaria o valor dos habitantes de Salazar.

Os de Roncal invejaram a sorte de seus vizinhos.

E durante o regresso, numa noite pegaram a cabeça do rei mouro e cortaram-lhe a língua.

Puente de la Reina, Navarra
Puente de la Reina, Navarra
E assim quando se apresentaram diante do rei, e os soldados de Salazar mostraram a cabeça, os roncaleses disseram que haviam eles cortado a cabeça do rei mouro, e como prova apresentaram a língua.

Por pouco não se trataram a pauladas diante do Rei.

Mas este os apaziguou. E deu a cada um dos triunfadores um escudo de armas.

Os de Salazar deviam ter em seu escudo um lobo com um cordeiro na boca, os roncaleses um zorro, indicando sua astúcia.

E por fim, Dom Sancho deu aos aezoanos também seu escudo: um javali deitado à sombra de uma árvore, para significar a mediocridade dos habitantes de Aezoa. (pag. 45)


(Fonte: V. Garcia de Diego, Antologia de Leyendas de la Literatura Universal, Editorial Labor S.A., Madrid-Espanha, 1ª edição, 1953).



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