quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Santo Natal e Feliz Ano Novo !

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





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domingo, 22 de dezembro de 2024

O que falavam a mula e o boi há dois mil anos – Conto de Natal

“Pobrezinho. Ele está numa situação bem pior do que a nossa.  Façamos a única coisa que podemos para ajudá-lo”, disseram a mula e o boi.  Presépio da abadia de Lorsch. Aquisgrão, Alemanha.
“Pobrezinho. Ele está numa situação bem pior do que a nossa.
Façamos a única coisa que podemos para ajudá-lo”, disseram a mula e o boi.
Presépio da abadia de Lorsch. Aquisgrão, Alemanha.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Há cerca de dois mil anos, estavam num estábulo uma mula e um boi.

Como sempre acontece quando bons amigos estão juntos, comentavam notícias boas e más.

Um tema habitual era o tempo, particularmente frio naquele inverno, com as abundantes nevadas — pouco frequentes, mas não anormais — perto de Jerusalém.

Outro tema habitual entre eles era a quantidade de pessoas que afluíam à pequena cidade de Belém.

Nunca tinham visto antes tanta gente junta. A explicação era porque de Roma um edito de César Augusto mandara realizar um censo, em que as pessoas deveriam apresentar-se em seus lugares de origem.

Assim, numerosos judeus haviam se dirigido a este esquecido povoado para ali se inscrever. E embora alguns viessem a pé, outros se transportavam em cavalos ou camelos.

É compreensível que os habitantes do lugar assistissem interessadíssimos a este ir e vir de pessoas.

Presépio bizantino em marfim. Museus Vaticanos
Presépio bizantino em marfim. Museus Vaticanos
O que é comum num povoado tranquilo, onde nunca ocorre nada.

Além do mais, os recém-chegados eram em geral pessoas que viviam ou em Jerusalém ou em outros lugares mais interessantes do que a pequena Belém.

E, como era habitual, depois de conversarem com os parentes, as crianças e os jovens se dirigiam aos estábulos para admirar os cavalos, touros, camelos, enfim, todos os animais considerados mais atraentes.

Mas esse entrar e sair de crianças e jovens ocorria no estábulo ao lado, e não naquele onde se encontravam a mula e o boi.

Ninguém vinha vê-los, salvo excepcionalmente alguém para dar-lhes de comer e levá-los ao trabalho. E ambos suportavam tudo isso sem ressentimentos nem complexos. Simplesmente lhes parecia que o mundo era assim.

“Claro — dizia o boi —, o que é que as crianças querem ver? Elas gostam da força, que tantas pessoas elogiam. Mas a força aliada à brutalidade. Por isso preferem ver os touros, que com sua agressividade chamam a atenção daqueles que imaginam que tudo se resolve pela força.

“Entretanto, não as atrai o trabalho, contínuo, regular e monótono de arar os campos, que eu realizo.

“E como, além do mais, os bois são engordados para serem sacrificados, isso é ainda menos atraente. Ninguém quer saber de sacrifícios, de vida dura, de trabalho incessante”.

“É assim mesmo” — completava a mula. “Os cavalos, indômitos, que correm, que dão coices, que dominam pela velocidade e chamam a atenção por sua beleza, estão no centro das atenções.

“O mundo os admira. Mas o trabalho que eu realizo, como o de tirar água dos poços ou levar cargas, quem o admira?

“Quando me elogiam é porque tenho algumas qualidades que possuem os cavalos, como o vigor, a força ou o valor. Ou a sobriedade, a paciência, a resistência e o passo seguro dos burros.

“Mas a ideia que associam a mim é a de uma vida dura, mansa e dedicada aos demais. Exatamente aquilo do que as pessoas não querem nem ouvir falar”.

*     *     *

Quando a noite terminava e eles já se dispunham a dormir, o boi e a mula viram entrar no estábulo um senhor e uma jovem em avançado estado de gravidez.

Com muita distinção ela se sentou num canto do estábulo, enquanto ele se dedicava a arrumar com máximo desvelo um pouco de palha para que ela descansasse melhor.

Os animais ficaram com pena vendo-os em lugar tão pobre, mas o augusto casal não se queixava nem murmurava.

Certamente ele havia pedido para pousar na casa de algum dos parentes que tinham no povoado, mas por serem pobres, apesar do parentesco e de sua alta dignidade, não lhes fora concedida hospedagem.

Presépio em Roma
Presépio em Roma
É verdade que as casas desses parentes possivelmente estivessem cheias, mas caso se tratasse de parentes ricos, sem dúvida lhes teriam fornecido hospedagem.

E não tendo aonde ir, tinham vindo a este estábulo, o menos visitado. E, por isso mesmo, o único que oferecia certa privacidade.

A mula e o boi fizeram apenas o que podiam, ou seja, afastarem-se para dar-lhes um pouco mais de espaço. E foram dormir.

À meia-noite, despertou-os um som inusual.

Era o choro de uma criança. A jovem Senhora havia dado à luz um filho. O recém-nascido chorava de frio.

“Pobrezinho” — exclamaram a mula e o boi.

“Ele está numa situação bem pior do que a nossa. Afinal de contas, Deus nos deu uma pele grossa e pelos para nos proteger do frio, e estamos bem alimentados, mas este pobre menino nasce em um lugar inóspito para tanta debilidade. Façamos a única coisa que podemos para ajudá-lo”.

E, aproximando-se, passaram a respirar fortemente, para que a sua respiração e o calor de seus corpos dessem ao recém-chegado um pouquinho de aquecimento.

Aos poucos o Menino deixou de chorar, e sentindo o frio afastar-se, moveu as mãozinhas, colocando-as carinhosamente sobre a cabeça do boi e da mula, para lhes agradecer por sua boa vontade.

A mula e o boi se retiraram, para deixar o Menino dormir. E o Senhor que cuidava da jovem Senhora e do Menino deu aos animais um pouco de erva para que comessem, e de água para que bebessem.

* * *

Os dois animais imaginaram que poderiam ir dormir, mas em pouco tempo começou a chegar todo tipo de pessoas.

Presépio em St. Paul (Esslingen, Alemanha)
Presépio em St. Paul (Esslingen, Alemanha)
Primeiro eram uns pastores, que já de longe vinham cantando. Admirados eles rodearam o Menino, e O ficaram contemplando longamente.

Depois vieram outros pastores, depois outros e mais outros. Apareceram também pessoas simples, mas de fé robusta, que foram saudar o Menino.

Mais tarde chegou uma rica e importante caravana de reis e súditos montados em camelos belamente ajaezados. Vinham oferecer ouro, incenso e mirra ao Menino.

E enquanto executavam a cerimônia de entrega dos presentes, admirados a mula e o boi contemplavam o espetáculo, escutando as músicas que cantavam em honra do recém-nascido.

Mas chegaram também a seus ouvidos as reclamações de outros animais. Acostumados a ser o centro das atenções, sentiam-se contrariados por terem sido preteridos.

E diziam que o boi e a mula eram um par de arrivistas que estavam ali por pura sorte, que se tivessem um pouco de conhecimento do mundo deveriam sair e deixar-lhes o lugar, pois obviamente eles estavam mais capacitados para ocupá-lo.

Em suma, pura inveja. A mula e o boi não se preocuparam com esses comentários, e continuaram a cumprir seu discreto e eficaz papel de, na ausência de visitas, acercarem-se do Menino para ajudar a aquecê-lo.

Presépio chinês
Presépio oriental
Por fim, certo dia, o Senhor, a Senhora e o encantador Menino preparavam-se para sair. Mas antes, voltando-se para a mula e o boi, disse-lhes a bela Senhora:

“Como vocês foram bons e generosos para com o meu filho, faço-lhes uma promessa. Até o fim do mundo, sempre que se representar uma cena de seu nascimento, vocês estarão presentes.

“Porque Ele veio para dar exemplo de luta contra o mal, mas também exemplo de bondade. Veio para ajudar os homens de boa vontade a vencerem os homens de má vontade, que não querem a glória de Deus”.

* * *

Esta promessa vem se cumprindo até os presentes dias, e assim continuará enquanto o mundo existir.

Muitas vezes, adornamos com ovelhas, pastores, camelos e reis os presépios que montamos.

Contudo, por mais pobres que eles sejam, sempre há uma mula e um boi.

Ali nasceu o Redentor, Aquele Divino Infante louvado pelos anjos na Noite Feliz com o cântico narrado por São Lucas:

“Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade!”.





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domingo, 15 de dezembro de 2024

Saudade dos presépios

Presépio na França.
Luis Dufaur
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Também desta vez não publicamos um conto medieval. E nem conto é.

É uma lembrança do tempo em que o autor das linhas era criança. Entretanto, é muito oportuna para o tempo de Natal.

Na festa de Natal, católica mente vivida, se concentram como em seu fulcro os aspectos mais maravilhosos que todos os contos podem conter.

Copiamos o post do blog "Luzes de Esperança".

Eis um artigo tocante sobre o Natal publicado num jornal que com freqüência vem carregado de notícias em sentido oposto:


MENINO, LÁ EM MINAS , eu tinha inveja dos católicos. Eu era protestante sem saber o que fosse isso.

Sabia que, pelo Natal, a gente armava árvores com flocos de algodão imitando neve que não sabíamos o que fosse. Já os católicos faziam presépios.

Os pinheiros eram bonitos, mas não me comoviam como o presépio: uma estrela no céu, uma cabaninha na terra coberta de sapé, Maria, José, os pastores, ovelhas, vacas, burros, misturados com reis e anjos numa mansa tranqüilidade, os campos iluminados com a glória de Deus, milhares de vagalumes acendendo e apagando suas luzes, tudo por causa de uma criancinha.

A contemplação de uma criancinha amansa o universo.

O Natal anuncia que o universo é o berço de uma criança.

Veja vídeo
Lenda do Natal:
o Menino Jesus do Espinho
Até os católicos mais humildes faziam um presépio.

As despidas salas de visita se transformavam em lugares sagrados.

As casas ficavam abertas para quem quisesse se juntar aos reis, pastores e bichos.

E nós, meninos, pés descalços, peregrinávamos de casa em casa, para ver a mesma cena repetida e beijar a fita.

Nós fazíamos os nossos próprios presépios.

Os preparativos começavam bem antes do Natal. Enchíamos latas vazias de goiabada com areia, e nelas semeávamos alpiste ou arroz.

Logo os brotos verdes começavam a aparecer. O cenário do nascimento do Menino Jesus tinha de ser verdejante.

Sobre os brotos verdes espalhávamos bichinhos de celulóide.

Naquele tempo ainda não havia plástico. Tigres, leões, bois, vacas, macacos, elefantes, girafas.

Sem saber, estávamos representando o sonho do profeta que anunciava o dia em que os leões haveriam de comer capim junto com os bois e as crianças haveriam de brincar com as serpentes venenosas.

A estrebaria, nós mesmos a fazíamos com bambus. E as figuras que faltavam, nós as completávamos artesanalmente com bonequinhos de argila.

Tinha também de haver um laguinho onde nadavam patos e cisnes, que se fazia com um pedaço de espelho quebrado.

Não importava que os patos fossem maiores que os elefantes. No mundo mágico tudo é possível. Era uma cena "naïve". Um presépio verdadeiro tem de ser infantil.

E as figuras mais desproporcionais nessa cena tranqüila éramos nós mesmos. Porque, se construímos o presépio, era porque nós mesmos gostaríamos de estar dentro da cena. (Não é possível estar dentro da árvore!).

Éramos adoradores do Menino, juntamente com os bichos, as estrelas, os reis e os pastores.

Será que essa estória aconteceu de verdade? Foi daquele jeito descrito pelas escrituras sagradas?

As crianças sabem que isso é irrelevante. Elas ouvem a estória e a estória acontece de novo.

Não querem explicações. Não querem interpretações. A beleza da estória lhes basta.

O belo é verdadeiro. Os teólogos que fiquem longe do presépio. Suas interpretações complicam o mundo.

O presépio nos faz querer "voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de um outro mundo." (Octávio Paz )

Seria tão bom se os pais contassem essa estória para os seus filhos!"



Fonte: Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 23.12.2008

E, acrescentamos nós do blog, como seria bom que os sacerdotes contassem essa estória para os fiéis nas igrejas!!!


Clique aqui para o Noturno de Natal 7, André da Silva Gomes (Brasil):


Clique aqui para Resonet in laudibus (Natal/Michael Praetorius):


Clique aqui para Khindl wiegen auf Weihnachten (Natal/Pater Ignatius):



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domingo, 8 de dezembro de 2024

“Os 12 dias de Natal”

São Gabriel, Rodez, França
São Gabriel, Rodez, França
Luis Dufaur
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Há uma bela música de Natal inglesa intitulada Twelve Days of Christmas (Os 12 dias do Natal), pouco conhecida entre nós.

Ela surgiu durante a época da perseguição anglicana contra os católicos naquele país, no século XVI.

Com a pseudo-reforma protestante, países como a Inglaterra, ao abandonarem o regaço da Santa Igreja e caírem na heresia, começaram a perseguir os católicos.

Assim fazendo, tornaram quase impossível a prática da verdadeira Religião.

Para comunicar aos fiéis a sã doutrina e poderem celebrar sem medo de represálias o Natal do Salvador, segundo a tradição da Santa Igreja, católicos ingleses compuseram tal música, que é um catecismo secreto, porquanto expressa em símbolos a realidade de nossa fé.

Ela foi também utilizada muitas vezes pelos católicos durante as perseguições anticristãs e anti-monárquicas da Revolução Francesa.




Vídeo: “Os 12 dias de Natal”




Ei-la:

No primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: uma perdiz numa pereira.

No segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira.

No terceiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 3 galinhas francesas, 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira”. (Dia após dia, ela vai narrando, em ordem decrescente, o que o “meu amor deu-me”).

Anjos da Borgonha, França
Anjos da Borgonha, França
No quarto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 4 pássaros cantando...

No quinto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 5 anéis dourados...

No sexto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 6 gansos chocando...

No sétimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 7 cisnes nadando...

No oitavo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 8 servas ordenhando...

No nono dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 9 senhoras dançando...

No décimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 10 lordes saltando...

No décimo primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 11 flautistas tocando...”

E termina dizendo:

No décimo segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 12 tocadores de tambor, 11 flautistas tocando, 10 lordes saltando, 9 senhoras dançando, 8 servas ordenhando, 7 cisnes nadando, 6 gansos chocando, 5 anéis dourados, 4 pássaros cantando, 3 galinhas francesas, 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira...”

Qual o significado da letra dessa música?

1º dia: O meu verdadeiro amor é Deus Pai. E a perdiz na pereira simboliza Nosso Senhor Jesus Cristo.

A perdiz é um animal corajoso, capaz de lutar até a morte para defender seus filhotes. E a pereira representa a Cruz.

O anjo traz a estrela de Belém. Presépio Convento Carboneras. Madri, Espanha
O anjo traz a estrela de Belém.
Presépio Convento Carboneras. Madri, Espanha
2º dia: Duas pombas-rolas representam o Antigo e o Novo Testamento.

Durante séculos, judeus ofereciam pombas a Deus.

As duas pombas lembram o sacrifício de Nossa Senhora e São José oferecido por Nosso Senhor.

3º dia: Três galinhas francesas representam as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade.

Essas galinhas eram muito caras durante o século XVI e só os ricos tinham condições de comprá-las.

Simbolizavam os três presentes ofertados pelos Reis Magos a Nosso Senhor: ouro, o mais precioso dos metais; incenso, usado nas cerimônias religiosas solenes; e a mirra, uma especiaria sem igual.

4º dia: Quatro pássaros cantando representam os quatro Evangelhos. Neles estão contidos a vida de Nosso Senhor e seus ensinamentos.

Como pássaros cantando de modo claro e em alta voz, os quatro Evangelistas espalham por todo o mundo a Boa-Nova da Vida, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

5º dia: Cinco anéis dourados representam os cinco primeiros livros do Antigo Testamento ou o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), que lembravam aos católicos suas raízes. Os judeus consideravam esses livros mais valiosos que o ouro.

E depois que a devoção do Rosário tornou-se mais conhecida, lembravam as cinco dezenas do Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria.

6º dia: Seis gansos chocando representam os seis dias que Deus empregou na criação da Terra, do Universo e das criaturas.

Os seis gansos chocando ovos recordam como a Palavra deu vida à Terra.

7º dia: Sete cisnes nadando representam os sete sacramentos e também os sete dons do Espírito Santo. Com os sacramentos e os dons, os fiéis poderiam sustentar-se através dos tempos de perseguição.

Como os filhotes de cisnes transformam-se de patinhos feios em belos cisnes, assim a graça de Deus nos transforma de simples criaturas em filhos de Deus.

8º dia: Oito servas ordenhando representam as oito bem-aventuranças pregadas por Nosso Senhor no Sermão da Montanha.

As bem-aventuranças, como o leite, alimentam e nutrem o católico.

Presépio do Convento Carboneras, Madri
Presépio do Convento Carboneras, Madri
9º dia: Nove senhoras dançando são os nove frutos do Espírito Santo (Gal. 5, 22-23): caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança.

Da mesma forma como as senhoras que dançam alegres, os cristãos podem alegrar-se com a vida transformada pelos frutos do Espírito Santo.

10º dia: Dez Lordes pulando simbolizam os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Os Lordes eram homens com autoridade para governar e disciplinar o povo.

11º dia: Onze flautistas tocando representam os 11 Apóstolos que permaneceram fiéis a Nosso Senhor, após a infame traição de Judas.

Como crianças que seguem alegremente o flautista, esses discípulos acompanharam a Jesus. Eles também chamaram outros a segui-Lo. E tocaram uma canção eterna: a mensagem de salvação e da ressurreição após a morte.

12º dia: Doze tocadores de tambor representam os doze artigos do Credo.

Assim como eles tocam sonoramente para que os outros acompanhem o ritmo da música, o Credo revela a fé daqueles que são chamados cristãos.

Muitas pessoas não imaginam quais são esses 12 Dias de Natal. 

Trata-se dos dias entre o Natal e a Festa da Epifania, a qual é tradicionalmente celebrada no dia 6 de janeiro.



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