domingo, 25 de junho de 2017

São Francisco pregou às aves e fez calar as andorinhas

São Francisco de Assis prega aos passarinhos (detalhe). Ambrogio Bondone, chamado Giotto  (1266-7 – 1337).
São Francisco de Assis prega aos passarinhos (detalhe).
Ambrogio Bondone, chamado Giotto  (1266-7 – 1337).
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





O humilde servo de Cristo São Francisco, pouco tempo depois de sua conversão, tendo já reunido e recebido na Ordem muitos companheiros, entrou a pensar muito e ficou em dúvida sobre o que devia fazer, se somente entregar-se à oração, ou bem a pregar algumas vezes.

E sobre isso desejava muito saber a vontade de Deus.

E porque a humildade que tinha não o deixava presumir de si nem de suas orações, pensou de conhecer a vontade divina por meio das orações dos outros.

Pelo que chamou Frei Masseo e disse-lhe assim:

“Vai a Soror Clara e dize-lhe da minha parte que ela com algumas das mais espirituais companheiras rogue devotamente a Deus seja de seu agrado mostrar-me o que mais me convém: se me dedicar à pregação ou somente à oração.

“E depois vai a Frei Silvestre e dize-lhe o mesmo”.

Este fora no século aquele monsior Silvestre, que vira uma cruz de ouro sair da boca de São Francisco, a qual era tão alta que ia até ao céu e tão larga que tocava os extremos do mundo.

Era este Frei Silvestre de tanta devoção e de tanta santidade, que tudo quanto pedia a Deus obtinha e muitas vezes falava com Deus; e por isso São Francisco tinha por ele grande devoção.

Foi Frei Masseo, e conforme a ordem de São Francisco, deu conta da embaixada primeiramente a Santa Clara e depois a Frei Silvestre.

O qual, logo que a recebeu, imediatamente se pôs em oração e, rezando, obteve a resposta divina, e voltou a Frei Masseo e disse-lhe assim: