domingo, 13 de novembro de 2016

O exorcismo de Frei Garin
e os artifícios do diabo para perdé-lo

Montserrat, panoramica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Em 859, sendo Conde de Barcelona Vifredo o Zeloso, havia na montanha de Montserrat um anacoreta chamado Garin, que possuía grande virtude e piedade.

Todas as manhãs subia nos picos das montanhas, para louvar a Deus em sua grandeza, e quando voltava à sua gruta o sino da igreja de São Acisdo tocava sozinho para saudá-lo. O demônio, muito contrariado, se propôs a perdê-lo, e para isto empregou todas as suas armas.

Uma manhã, Frei Garin subiu a São Jerônimo, o pico mais alto de Montserrat, com o afã de ver mais de perto o céu, de sentir-se mais próximo de Deus. Porém, naquele dia, pela primeira vez, o demônio o tentou a olhar para o lindo campo, em vez de olhar para o céu.

Contemplou longamente as serras de Valência e de Aragão. Embevecido, avistou Mallorca e os campos de Catalunha. Ao ver-se acima de todos, sentiu-se orgulhoso de sua própria grandeza. Dominava tudo, tudo podia contemplar. Sentia-se dono de tudo.